quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Revendo o Treinamento Comportamental


O desenvolvimento de habilidades de gestão, por mais que fundamentados em técnicas e processos metodológicos passa, segundo os pressupostos mais conhecidos, pelo objetivo de mudança de comportamento desses profissionais.

Essa premissa, da mudança de comportamento, tem propiciado diversas reflexões sobre a eficácia do método. Fica alguma coisa após o treinamento? Há mudança sensível das queixas iniciais de desenvolvimento de gestão? Há mudança de comportamento?

Em primeiro lugar quero trazer á análise uma frase que há muito tempo me acompanha: “A criança é filha do pai, da mãe e do meio”!

Sinteticamente esta frase ressalta a importância do meio ambiente onde a pessoa é formada e, podemos incluir o meio em que ela vive e trabalha.

Sem dúvida o meio tem importância superlativa na formação de nossa personalidade e no desenvolvimento de “freios” e “bloqueios” psicológicos para o desenvolvimento de habilidades. Frequentemente nossos maiores limites são os limites auto impostos, por vezes sem explicação lógica ou mesmo conhecida.

No desenvolvimento dessa reflexão temos que ressaltar que o comportamento não é a expressão linear de nossa personalidade. Em suma: “não somos livres dentro de sistemas”. Isto é, com muita freqüência nos comportamos de maneira diversa da desejada pelos nossos valores, nossas crenças, nosso eu particular, principalmente nas organizações. E o mais disfuncional é que essa característica é especialmente reforçada e apreciada pela Cultura Organizacional. Quanto de nós sobra?

Por outro lado, há uma expectativa por vezes idealizada dos resultados desejados, acarretando uma falta de sintonia entre o real e o desejado já nesta fase.

A Cultura Organizacional é um componente psicológico fundamental como referência dos resultados que não pode ser desprezada na definição das expectativas. Desconhecer esse pressuposto é um convite á disfunção.

Tenho o depoimento de um executivo sobre a função delegação: “eu sei que preciso, é fácil de fazer, mas não consigo”.

O que ocorre? Qual a perda implícita ele identifica? Que experiências marcaram esse comportamento? Qual o ambiente empresarial pode causar isso?

A mudança de comportamento depende de uma mudança de percepção da realidade.

Desenvolvimento é mudar suas convicções sobre a percepção da realidade!

Este deve ser o alvo na mudança de comportamento. Comportamento é conseqüência de nossos valores, nossas crenças e da nossa percepção da realidade.

Comportamento não é o alvo, é conseqüência!

O componente psicológico esta presente, “de corpo e alma”, na questão da mudança de comportamento.

Evidentemente não estamos propondo um enfoque psicológico clínico no processo de mudança de comportamento, mas sim uma análise das diversas “personalidades” em questão, tanto do corpo funcional como, principalmente, da empresa por meio da análise de sua Cultura Organizacional.

Sob o ponto de vista didático outro aspecto que queremos ressaltar refere-se á utilização da ANDRAGOGIA em substituição á visão da Pedagogia.

Nosso público é composto de adultos e por isso essa mudança de enfoque é determinante para adequação do processo de aprendizagem.

Bernardo Leite Moreira  |  Publicado em: 06/07/2012, no site: www.qualidadebrasil.com.br

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