sábado, 28 de abril de 2012

Os fins justificam os meios?


Por Roberto Recinella
Predadores são tipicamente agressivos, o próprio dicionário Aurélio o define como o ser que destrói outro violentamente.

Biologicamente predador é aquele que procura ativamente as suas presas, as perseguem, capturam e comem, ou seja, boa parte dos animais são considerados predadores desde os pequenos insetos até um leão ou o grande tubarão branco, mas o tamanho não importa, já que todo predador pode se tornar um dia, uma presa.

Não existem exceções, exemplo disso é a diminuição na população dos grandes felinos e o próprio tubarão branco que se tornaram presas do bicho homem.

Alguns predadores se alimentam de indivíduos da própria espécie, incluindo os seus descendentes, fenômeno conhecido por canibalismo.

Este comportamento é muito conhecido no mercado.

Também conhecida como "concorrência desleal" consiste basicamente em oferecer preços abaixo do mercado, ou até abaixo dos custos, para tentar inviabilizar o negócio de seu concorrente.

Na maioria dos casos, a empresa que usa este artifício aplica preços baixos apenas onde concorre com a empresa alvo ou apenas pelo tempo suficiente para desestabiliza-la financeiramente, geralmente esta empresa consegue cobrir suas perdas com os lucros obtidos em outras regiões ou produtos. O objetivo final é eliminar um concorrente para poder praticar preços maiores no futuro, compensando as perdas presentes.

Mas esta concorrência predatória é muito mais comum na área de serviços, quem nunca presenciou uma cena onde um profissional cobre o orçamento do seu colega.

Outro exemplo é o mercado de educação que passa por um desequilíbrio devido a maior oferta do que à demanda, com isso muitas instituições estão trabalhando com mensalidades abaixo do custo e incentivando um "leilão ás avessas" de preços.

Algumas ações consideradas pouco éticas estão sendo praticadas neste mercado como seduzir alunos de outras instituições propondo condições diferenciadas em caso de transferências, na qual a "instituição-destino" baixa o seu preço em relação á "instituição-origem" e, muitas vezes até abaixo do seu próprio preço para os seus alunos já regularmente matriculados.

Outra forma muito comum de concorrência predatória é das empresas legalizadas que pagam todos os seus tributos em dia contra aquelas ilegais ou que se utilizam de subterfúgios fiscais para vender "mais barato" ou mesmo contra os artigos importados.

Infelizmente, no Brasil devido à magnitude da carga tributária que é praticamente toda repassada aos preços, aliada a uma legislação confusa quando uma empresa está vendendo por um preço inferior, não se sabe se é por eficiência ou por sonegação de impostos.

Como disse uma vez Warren Buffet, o megainvestidor, "só quando a água baixar, nós poderemos saber quem está nadando pelado".

Alem disso existe o efeito corrupção, costumo dizer que o Brasil somente cresce a noite, pois é neste horário que os políticos estão dormindo, pelo menos a maioria deles.

De qualquer modo independentemente da sua opinião a concorrência predatória continuará existindo principalmente nos dias atuais onde a maioria dos valores está corrompido pela eterna máxima do "ter" acima do "ser", onde os fins justificam os meios e a malandragem é premiada e a honestidade desvirtuada.

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