domingo, 6 de novembro de 2011

Absenteísmo é só a ponta do iceberg




Absenteísmo é o termo usado para designar a ausência do trabalhador na empresa.
 
Uma questão grave e complexa para as organizações, pois envolve remunerações, perdas de produção, gastos extras, que provocam prejuízos.
 
Muitos estudos e pesquisas  apresentam as causas das ausências relacionadas à capacidade física e psicológica das pessoas, e à  falta de motivação para o trabalho, influencida por   fatores internos e externos à empresa.
 
A motivação para a assiduidade também é afetada por procedimentos  organizacionais, como recompensas e punições.
 
A declaração de missão de muitas empresas traz suas crenças e valores, pois as reconhecem em suas culturas como aspectos
de integração, participação e comprometimento.
 
A questão, tratada de forma direta, nos leva a perguntar: por que uma pessoa integrada, participativa e comprometida se ausentaria do trabalho?
 
Esse assunto gera acalorados debates e um frio na espinha dos gestores de recursos humanos, que procuram apoio de médicos, psicólogos, assistentes sociais, mas muitas vezes mantêm-se afastados dos gestores das áreas onde a incidência é signifitiva.
 
Vamos a alguns casos práticos,  expostos para reflexão.
 
Silva é um supervisor intransigente e de difícil trato. Os funcionários o evitam, preferiam não ter que trabalhar com ele. Pelos anos de casa Silva conta com apoio do gerente e respeito da direção.
Verdade seja dita, seu chefe imediato miniza os contatos também, conversando assuntos estritamente necessários, e usa como ponte a habilidade de sua assistente Neusa, quando deste não quer se aproximar.
É justamente em sua área que o absenteísmo apresenta maior incidência.
Quando um funcionário lhe dizia que chegaria atrasado, pois tinha algumas questões para resolver fora da empresa, ele simplesmente respondia: - Se vai atrasar, não precisa vir!
A regra se estabeleceu, as pessoas se ausentam e depois comunicam. Mesmo os novatos, assim que chegam, são orientados quanto à cultura pelos colegas.
 
Teodoro, líder de uma das turmas, gosta de “tirar o máximo que pode do dia”. O ritmo de trabalho em seu setor, quando chegou, era alucinante. Não durou muito a proeza. É ali, justamente, onde a quantidade de afastamentos e ausências de trabahadores  se mostra preocupante.
O trabalho pesado e repetitivo têm provocado baixas e Teodoro não se mostra sensível para analisar o fato com seus colegas de recursos humanos.
 
Pedro, supervisor da área ao lado,  não. É camarada e compreensivo. Mantém as portas abertas e diálogo franco, mas vive um dilema.
Na equipe se deparou com dois colaboradores com perfis diferentes, competentes, mas que lhe provocam a sensação de excesso e falta de comprometimento, como dizia à Joel, o gerente de recursos humanos.
 
Um deles, Benê, vive às turras com a esposa, que o quer por perto sempre que leva Pedrinho, o pequeno filho, ao pediatra.
Sua presença  nas festinha da escola do rebento é mais um motivo para os desentendimentos, entre outros. A situação é pública, gerando algumas observações dos colegas: “antes de pedir à Benê que faça algo é melhor perguntar se virá!”
 
Bill já tem outro comportamento. Dia desses a “menina do meio“ sofreu um pequeno acidente e passou por uma rápida cirurgia. Preocupado e zeloso, esteve ao lado da esposa no hospital. Terminado o procedimento e tranquilizado pelo médico, que lhe explicara que nada grave havia ocorrido, acertou  com a esposa que iria para a empresa e no fim do expediente voltaria.
Os amigos, inconformados, lhe diziam: - Bill, o que você está fazendo aqui, filha está hospitalizada?
Bill, com toda paciência do mundo, procurava acalmar todos explicando que fora mais o susto e que, com seis filhos, se cada vez que um ficasse doente ele se ausentasse, jamais trabalharia.
 
Absenteísmo, mais do que a pura ausência  do trabalhador, costuma estar ligado à falta de entendimento de questões importantes que precisam ser  gerenciadas.
Ouvir todos os envolvidos permitirá o esclarecimento do problema, pois para essa complexa questão, que tanto desconforto gera, há um ditado popular bem adequado: “Toda panqueca, por mais fina que seja, sempre tem dois lados”.
 
Por essa razão, esteja atento,  absenteismo é apenas a ponta do iceberg. Para conhece-lo, a única forma  é mergulhar em águas frias.

Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
Fones             (11) 4526 1197       /             (11) 9645 4652     
www.postigoconsultoria.com.br
Twitter: @ivanpostigo
Skype: ivan.postigo

Fonte: www.gestopole.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário