quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Alinhavada e sem costura, indústria brasileira se mostra frágil


A importância do setor têxtil para o país é indiscutível, afinal é um dos que mais empregos geram, que oferece oportunidades às mulheres, que permite aos jovens ingressar no mercado de trabalho, que abre as portas ao pequeno empreendedor, basta ir refletindo e encontraremos motivos para enaltecê-lo.
 
Ora, qual é a novidade? Está em crise novamente.
 
Entre milhares de erros que se comete no setor, que o fragiliza, agora há algumas questões que a sua competência em gestão não pode alcançar para correção.
 
E como isso prejudicaria o segmento? Com sua desindustrialização e, consequentemente, com demissões coletivas.
 
E de quem depende a gestão dessas questões, que afetará diretamente essa população? Do governo!
 
Pronto, chegamos ao ponto. Interrompamos a conversa sobre gestão empresarial e falemos um pouco sobre cidadania.
A palavra cidadania vem do latim, civitas, que significa cidade.
Cidadania tem como alicerce o conjunto de direitos e deveres ao qual o indivíduo está sujeito na sociedade em que vive. Note a importância de duas palavras neste momento: Direitos, Deveres.
O exercício da cidadania permite ao cidadão intervir na direção dos negócios públicos, participando de modo direto ou indireto na formação do governo e na sua administração, votando para escolher seus representantes ou concorrendo a cargo público.
Como cidadãos há momento para debates, escolhas, solicitação e para exigências.
Ouvimos propostas de pessoas interessadas em nos representar ( caso decidamos não concorrer ) e debatemos. Aceitos seus argumentos, lhes damos apoio e as elegemos, quando possível. Quando necessitamos que nos representem, defendendo um pleito, solicitamos suas interferências. Quando a conduta não nos agrada ou não atende nossos propósitos, exigimos.
A exigência pode ser feita em tribunais ou em manifestações populares. Dois aspectos precisam ser observados: Ordem e razão.
O exercício da cidadania com ordem e razão é extremamente poderoso, ainda que não rufem os tambores e as caras não sejam pintadas.
A indústria têxtil se mostra frágil desde sempre. A falta de qualificação e investimentos no setor é resultado de sua existência mais pela necessidade do que por vocação.
Ainda que dois aspectos nos últimos anos, como marca e moda, tenham ganhado relevância, ainda não foram suficientes para nos despertar do primitivismo empresarial, sob o qual mantemos o segmento.
Essa mesma inocência levamos à gestão pública, que não se dá conta da importância da área.
Raciocinemos como cidadãos: emprego significa voto.
A massa de trabalhadores do segmento têxtil, que corre o risco de desemprego, votou em quem?
Se essa massa está descontente com a administração de assuntos que podem prejudicá-la, que exija acões para correção!
Aquele voto, dado na última eleição, é responsável por parte dos acontecimentos: bons ou ruins.
Se os juros estão altos, os impostos são exorbitantes, o câmbio é prejudicial, há desvios de verbas, há abandono da área da saúde, as estradas estão péssimas, o seu representante está lá para tratar dessas questões. E lembre-se que boa parte de seu salário é destinada para esse fim.
Você é cidadão, mas também empregado ou empregador, então também tem direitos e devedores na sua categoria.. Os representantes destas estão lá justamente para representá-lo.
Participe e cobre, afinal são as relações alinhavadas e sem costura que tornam a indústria brasileira frágil.

Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
Fones (11) 4526 1197 / (11) 9645 4652
www.postigoconsultoria.com.br
Twitter: @ivanpostigo
Skype: ivan.postigo

Do site: www.gestopole.com.br

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