A Traça e o Investimento

Dia desses estava observando uma traça, aquele bichinho que tem uma carapaça macia, come tecidos e parece ter duas cabeças. Ela descia por um vidro  vagarosamente. O mais interessante é que a danada tinha toda uma técnica para se locomover.

Primeiro ela se prendia do lado de cima do vidro, analisava meticulosamente o lado de baixo e, somente depois colocava a cabeça para descer mais um pouco. A dona traça que observei por mais de trinta minutos me mostrou como uma vida, um negócio ou uma meta devem ser construídos. Tudo precisa de um tempo de maturação.

O problema é que alguns dos empreendedores de hoje não têm a experiência da traça, ou seja, querem que o investimento traga o retorno como um passe de mágica. Aquele ditado popular  Quem tem pressa como cru e quente, pode ser direcionado para nós empreendedores como  Quem tem pressa vê seu investimento se dissolver, pelo simples fato de não pensarmos a médio e longo prazos. Algumas culturas têm nas escolas e universidades a Educação Financeira, que ensina aos jovens como investir, como pensar a médio e longo prazos, investir com segurança, entender que um centavo bem aplicado pode se reverter em um milhão, desde que seja bem investido com parcimônia para aguardar  o rendimento.

A situação pode ser vista de várias maneiras, mas investir e exigir retorno rápido não é a melhor maneira de se empreender. Um namoro, um curso numa faculdade, a rotação e translação da Terra, enfim, tudo necessita de um tempo.

Por outro lado, vamos pensar na semente de uma árvore ou de visão de negócios. Quando vemos uma semente podemos  imaginar que é somente uma semente ou  que ela regada, bem plantada e cuidada com paciência vai se tornar uma grande árvore. É esse o diferencial que define o sucesso ou o fracasso de um empreendedor. Saber esperar, saber cultivar e ter a visão do grande negócio que está à sua frente ao invés de enxergar somente a semente.

Seja a estratégia da traça ou a magnitude da semente,o bom mesmo é pensar que a natureza nos mostra como devemos agir. E o que tem a ver a natureza com os negócios? Faça a prova, depois me conte.

Alessandro Baitello  |  Publicado em: 31/07/2012, no site: www.qualidadebrasil.com.br