O reconhecimento das
necessidades de cada colaborador, de acordo com seu grau de maturidade,
auxilia líderes no desenvolvimento de suas equipes.
Todos os componentes de uma equipe
contam com certo nível de conhecimento técnico, um determinado
posicionamento dentro do grupo e outras características que são
importantes para a realização de uma tarefa ou projeto. Para gestores
que se valham dos processos e métodos da liderança situacional, estes
aspectos singulares de cada colaborador são de extrema importância e
alvo de análise constante para que ele próprio, enquanto líder eleja
suas posturas. E não estamos falando aqui da escolha de um estilo de
liderança que atenda à equipe como um todo: cada membro,
especificamente, pedirá uma atuação de acordo com seu nível de
maturidade técnica, de experiência para a função e até de sua
desenvoltura emocional.
Embora não seja exatamente nova – o
conceito ganhou o mundo com o livro "O gerente minuto" de Keneth
Blanchard e Spencer Johnson, lançado em 1981 – a liderança situacional
vem sendo especialmente revitalizada ao longo dos últimos anos. A avidez
por aprendizado constante e as estruturas hierárquicas mais fluidas -
características celebradas, sobretudo pelas novíssimas gerações de
profissionais - formam um cenário favorável. "De modo geral o que se
busca é desenvolver a autonomia de cada um, observando suas necessidades
naquele momento profissional. O líder surge como um agente dinâmico,
perceptivo destas distinções e apto a direcionar suas atitudes de
maneira individualizada", explica Beth Martins, especialista no tema e
professora da Integração Escola de Negócios.
Para realizar este trabalho, o gestor
conta com os chamados gráficos de maturidade, elaborados, em geral, pelo
departamento de Recursos Humanos. Mas será sua capacidade de perceber o
outro o grande trunfo para que este aparato possa ser realmente eficaz.
"Um funcionário com uma experiência técnica altíssima ao angariar um
cargo com funções mais complexas passa a apresentar um nível baixo de
maturidade no novo contexto. Para aquele momento pode ser considerado,
de alguma maneira, um aprendiz. Exigirá, portanto, um cuidado
diferenciado até que se sinta seguro novamente" exemplifica Beth,
demonstrando a grande organicidade do processo. Da mesma forma, segundo a
especialista, um trainee ou estagiário pedirão do líder uma postura
mais tutorial e cuidadosa. "A grande questão é entender que, enquanto
para um o melhor caminho é ser completamente objetivo e diretivo, para
outro, naquele instante, o mais indicado pode ser ensinar com calma,
inserir no ambiente de trabalho, oferecer um certo tipo de conforto",
completa.
E, já que o foco da liderança
situacional é o colaborador em sua singularidade, os aspectos
psicológicos merecem ser observados com especial atenção. Todas as ações
– elogios, incentivos, delegações de tarefas como geradoras de
valorização, reconhecimento e respeitosos atos de apoio e correção –
visam principalmente à construção da segurança e da confiança deste
liderado em suas próprias escolhas e capacidades. "Podemos afirmar que o
líder situacional é aquele que não precisa ter uma postura
centralizadora ou rígida, já que desenvolveu da melhor forma as
capacidades dos indivíduos que fazem parte de seu time. Ele pode estar
presente de forma discreta permitindo a fluidez dos processos a partir
de sua capacidade de prestar suporte corretamente a cada um de seus
colaboradores", aponta Beth.
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Do Boletim SAESP n° 14
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