terça-feira, 1 de maio de 2012

Criação de mercado - O desafio das tribos e comunidades às empresas


 
Mercados hoje em dia se formam com conversações e debates muito mais amplos e profundos que há 10 anos.
 
Mercados não são áreas geográficas e setores demográficos, consistem de seres humanos, com gostos diferentes, opiniões diferentes, que aceitam e rejeitam propostas.
 
A velocidade com que as informações correm o mundo, com o avanço da eletrônica e o advento da internet, é extraordinária. A internet está permitindo conversações abertas entre populações e formação de opiniões que a mídia de massa não consegue superar.
 
Essa é a razão de não existir mais uma grande moda e sim várias tendências formando comunidades ou “tribos“.
 
As conversações na internet, porque não considerar intranet também, estão permitindo a troca de informações e conhecimentos e a formação de novas organizações sociais até então não experimentadas.
 
Para as empresas isso é um enorme desafio. Os mercados estão ficando cada vez mais informados, organizados e inteligentes. Os consumidores acabam tendo mais informações sobre os produtos que os próprios fornecedores , com isso o discurso das empresas de agregar valor ao produto começa a se tornar obsoleto.
 
As pessoas não recebem mais as informações estáticas, sentadas em uma sala em frente a tela azul da TV, mas via internet, de forma dinâmica, onde podem emitir opiniões para milhares de outras pessoas, quer sejam positivas ou negativas.
 
Com isso a lealdade à marca, sonho de toda empresa, está sendo renegociado com velocidade extraordinariamente rápida. Não se pode esquecer que os mercados estão cada vez mais inteligentes. Lealdade à marca demanda qualidade de relacionamento entre consumidor e fornecedor.
 
Os mercados estão procurando fornecedores que falem sua língua. A fidelidade das “tribos” é com seus membros, os membros dessa comunidade. Ou a empresa se integra ou deixa de fazer parte desse ambiente com suas mensagens e seus produtos.
 
Falar a língua do mercado é falar a linguagem da comunidade, da “tribo”; se estas estiverem dissociadas, a empresa não terá mercado.
 
Os mercados querem falar com as empresas; se estas mantiverem um discurso interno e outro com o mercado estarão fadadas ao fracasso. Quando a linguagem é diferente , quando o discurso é diferente , o mercado percebe e rejeita .
 
O mercado dirá a empresa: “Você quer nosso dinheiro, então nos dê atenção. Queremos ser ouvidos e quando quiser falar conosco diga algo interessante, saia do lugar comum”.
 
Muitas empresas gastam grandes somas com pesquisa de opinião, mas não ouvem a comunidade e mantêm profissionais de relações públicas que não falam com o público, esquecendo-se que as conversações intranet inevitavelmente seguirão para o mercado via internet.
 
Para estabelecer relacionamentos, as empresas terão que falar com as pessoas da comunidade, da qual querem a atenção, não esquecendo nunca que esse local é o mercado.
 
Pergunte-se: por que uma comunidade perderia tempo tentando falar com sua empresa, com tantas ofertas e oportunidades por ai?
 
No mínimo ouvira: Ah, está ocupado fazendo negócios e não pode falar conosco? Sei, passaremos mais tarde, ligaremos mais tarde, faremos contato mais tarde, isso se não encontrarmos algo mais interessante ou quem nos dê atenção.
 
As comunidades e “tribos” têm o real poder e sabem disso, essa verdade as empresas precisam aprender a reconhecer, mas numa velocidade maior do que tem sido imaginada.

Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Articulista, Escritor, Palestrante
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
Fones (11) 4526 1197 / (11) 9645 4652
www.postigoconsultoria.com.br
Twitter: @ivanpostigo
Skype: ivan.postigo

Publicado em 27-Mar-2012,  no site: www.gestopole.com.br

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