segunda-feira, 14 de maio de 2012

Equipes autogerenciáveis - modismo ou solução?

O aumento da necessidade de se envolver um maior número de funcionários em prol dos objetivos da organização, move os gestores no sentido de se criar mecanismos suficientemente capazes de extrair o melhor de cada colaborador de forma autonoma e produtiva.


A intensa disputa por mercados tem forçado constantemente os gestores a formularem novas alternativas que possam de alguma forma contribuir para a maximização dos dividendos, mas acima de tudo possam garantir uma maior longevidade a estas organizações. E não é raro o surgimento de estrangeirismos para denotar movimentos, ações ou mesmo estratégias pautadas na geração de resultados positivos.

Porém, recentemente muito tem se falado na importância da gestão compartilhada e das equipes autogerenciáveis, temas tão abordados por estudiosos e profissionais de recursos humanos, terreno ainda inabitável da maioria dos gerentes. Mas, afinal o que são essas equipes autogerenciáveis?

Primeiramente, antes de adentrar neste conceito, vale destacar um pequeno detalhe, o porquê da implantação destas ferramentas. Desde os estudos de Maslow e Herzberg, podemos constatar que a motivação do funcionário é um fator preponderante para as empresas pautadas em resultados, uma vez que, segundo algumas visões capitalistas, funcionário satisfeito produz mais e melhor.

Diante disso, muitos foram os estudos que contemplam a necessidade de se elaborar mecanismos que possam garantir esta satisfação funcional, dentre elas as equipes autogerenciáveis, a qual segundo CABANA E PURSER (1998) consiste em implicar os operacionais na elaboração da estratégia e dos processos, diferente do modelo de organização tradicional, no qual os dirigentes tomam as decisões estratégicas e os operacionais colocam em prática.

A implantação desta ferramenta possibilita dentre outras coisas a maior visualização por parte do colaborador do seu trabalho individual como uma parte essencial para um grupo como um todo, logo a não perfeição da sua tarefa contribui negativamente para o fruto do trabalho do grupo. A troca de informações e as ações colaborativas são aumentadas bruscamente, já que agora o todo é o mais importante, neste cenário não há espaços para individualismos.

Entretanto, de acordo com Campbell e Goold (2007), para favorecer as trocas e colaboração, deve-se antes de tudo minimizar o peso das estruturas hierárquicas, de forma a estimular o dinamismo. Segundo eles, é recomendável que se reduza ao mínimo o número de níveis hierárquicos. Em equipes autogerenciáveis os funcionários são os responsáveis pelo planejamento e pela execução das tarefas, bem como a tomada de decisões que possam vir a serem tomadas durante o processo.

Mas, para que isso ocorra o gestor deve assumir o papel de agente facilitador destas ações, promovendo estimulando meios para que estes funcionários possam desenvolver suas atividades, garantindo a coerência nas ações e definindo as orientações básicas para o alcance do objetivo principal da empresa. Logo, o resultado será uma maior assimilação das estratégias e planos corporativos, bem como uma aplicação rápida das ações definidas.

Segundo Barlett e Ghoshal (1998), o modelo clássico de organização de empresas foi construído sobre a homogeneidade da autoridade hierárquica. Com os papéis estando claramente repartidos, os dirigentes definem a estratégia da empresa e decidem a alocação estratégica de recursos, enquanto os operacionais põem em prática a estratégia, traduzindo-a em ações e resultados. Este modelo caiu em desuso, visto a sua inoperância, já que atualmente os pilares que sustentam uma empresa são conhecimento, competências e recursos tecnológicos, que por sua vez acabam por serem copiados com muita rapidez.

Um fato curioso sobre as equipes autogerenciáveis é abordado por Barlett e Ghoshal (1998) que afirmam no conceito de equipes autogerenciáveis, os recursos e responsabilidades devem ser delegados para pequenas unidades autônomas para que se desenvolva uma cultura de autodisciplina e de apoio. Este tipo de organização incita seus colaboradores a agir como se gerenciassem sua própria empresa.

Porém, vale neste momento abrir uns parênteses, deve-se estimular sim a autonomia funcional, desde que se mostre um modelo básico, um molde, um mapa diretivo que possa dimensionar as ações desta equipe, para que não haja fugas ou escapismos que possam comprometer os resultados da empresa e consequentemente aquilo que era para ser solução acaba por se tornam um problema.

Por fim, se está é mais um modismo ou mais uma estratégia empresarial, só o tempo vai dizer, de certo é que empresas que adotam tais práticas colhem bons frutos com o uso desta ferramenta que se usada de forma racional pode sim obter resultados bem acima da média e consequentemente isso representa uma possível injeção de capitais nestas organizações. E para finalizar este bate papo faço uso da letra de uma música que diz assim: “A gente não quer só dinheiro/ A gente quer dinheiro e felicidade”.

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Publicado no site: www.administradores.com.br

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