sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Do que são feitas as empresas imbatíveis?



Meu último artigo, [Três palavras que garantem o fracasso], gerou polêmica. Ele dividiu os leitores entre apoiadores – muitos dos quais dispostos a eliminar a expressão [eu vou tentar] da sua rotina – e alguns poucos críticos, que viram a minha opinião como sendo um mandamento corporativo em prol da exploração dos trabalhadores ou ainda como um dogma já obsoleto da administração.

Ao longo dos últimos anos tenho defendido uma filosofia contrária a esse tipo de crítica. Através da fundamentação do campo de estudos do Stakeholding, também criei o conceito de Unbeatability, segundo o qual empresas seriam capazes de dar um passo adiante no contexto de competitividade, tornando-se tecnicamente imbatíveis na relação com alguns de seus stakeholders, como clientes, funcionários ou mesmo investidores.

O resultado é um aproveitamento dos recursos humanos muito mais inteligente, já que alivia a pressão competitiva sobre os colaboradores, reduzindo a carga de trabalho e aumentando a qualidade de vida. A minha proposta sempre foi trocar a exploração pela inteligência, e não o contrário. Algo que me proponho a detalhar no workshop, Como construir negócios imbatíveis (negociosimbativeis.com.br), que deverá acontecer em diversas cidades.

De antemão, podemos ver algumas das características inerentes a esse tipo de empresa.

O amor é realmente tudo o que precisamos

À primeira vista, a inspiração de John Lennon parece ser um absurdo, principalmente quando trazida ao meio corporativo. No entanto, devemos considerar que toda organização é baseada em um complexo esquema de trocas, sejam elas por produtos, produtividade ou mesmo conceitos. O que define a forma como essas trocas serão realizadas é a percepção dos indivíduos sobre os benefícios que deverão ser adquiridos, o famoso [o que é que eu ganho com isso].

Estes benefícios podem satisfazer uma necessidade meramente racional e quantitativa ou se estender pela realização de um desejo emocional. No primeiro caso, ganha quem puder oferecer mais pelo menor preço, ou maior salário. Já no segundo, as alternativas concorrentes não são nem mesmo consideradas. Significa amar uma opção pela convicção de que só ela poderá satisfazer os seus interesses. Ou visto de outra forma, empresas imbatíveis são aquelas capazes de conquistar o amor dos seus stakeholders, não necessariamente com mais trabalho, mas sim com mais inteligência.

Capacidade de construir tendências de comportamento

Se todo consultor tem a sua própria ladainha sobre o que uma empresa deve fazer, a minha talvez seja aprenda a estabelecer tendências favoráveis de comportamento. Sem essa habilidade, produtos excelentes fracassam, equipes talentosas ficam desmotivadas e é claro, investidores procuram outras ondas para surfar.

Esse princípio deixa clara a importância de entender o ser humano para então colocá-lo no centro dos processos. Só assim é possível satisfazer o seu interesse e esperar que ele satisfaça as necessidades da organização. Em síntese, isso é o que significa estabelecer tendências favoráveis de comportamento, oferecer o objeto de troca adequado à resposta pretendida.

Engenharia de marca

A marca é o componente responsável por agregar tudo o que uma organização representa aos olhos dos que exercem alguma influência sobre as suas atividades. Por consequência, empresas imbatíveis devem ser capazes de orientar o desenvolvimento da sua imagem de modo a agregar benefícios – principalmente os de satisfação das necessidades emocionais – às trocas que propõe aos seus stakeholders.

É através da engenharia de marca que são consolidadas as tendências favoráveis de comportamento e claro, o amor das pessoas pela sua empresa.

Segue abaixo o vídeo sobre um empresa que atingiu a condição de Unbeatability na relação com parte dos seus funcionários, a consultoria ChemTech. 


http://www.youtube.com/watch?v=y-D6LJ2fUyU



Pedro Henrique Souza, em 16/10/2012, no site: www.qualidadebrasil.com.br

Palestrante, autor de "Stakeholding, a próxima ciência dos negócios" e CEO da consultoria Hëd River, especializada em Comunicação, Comportamento e Tendências, aplicando a visão de profissionais únicos em áreas ...

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