segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O erro é um direito, a correção uma obrigação

Pegamos a tarde de sexta-feira para fazer algumas compras de eletrodomésticos.

Eram necessários e estávamos curiosos para avaliar o atendimento. Visitamos todas as grandes redes da região.

Conclusão em uma só palavra: horroroso!

Lojas vazias, vendedores sonolentos, pouco interessados. Os gerentes, que procuramos para pedir atenção, não achamos. E assim, saíamos de loja em loja, com os preços das etiquetas.

Compramos sim, em uma loja que há muito não entrávamos. É, talvez porque não tivemos sorte no passado, quem sabe. Será? Ali conversamos um pouco com o gerente, mas encerramos logo a prosa. Hum, pra que serve gerente na loja mesmo?

Um dos vendedores foi muito rápido, negociamos e fechamos. Detalhe: teria que retirar o produto na loja do shopping. Problema nenhum, para nós era caminho.

Insisti e fiz questão de acompanhar a ligação para ter certeza que o produto seria reservado. Reposta positiva, no estoque havia quatro peças e uma seria nossa.

Ele nos levou à outra área e nos apresentou ao outro vendedor. Rapidamente fechamos a compra. Teríamos que retirar o produto na loja do outro lado da praça

Ora, porque, então, não retirar os dois na mesma loja do shopping?

Disse o vendedor: - Pode ser, sem problemas.

Insisti para confirmar a reserva e a coisa ameaçou azedar. Tinham trinta e seis peças no estoque.

Documentos emitidos para pagamento, o vendedor azedo disse: - Só um detalhe, eu me enganei e coloquei a retirada na loja do outro lado da praça, mas pode ir ao shopping, qualquer coisa me liga!

Respondi: - Ah, nem morto! Pode fazer a correção necessária...

Com a cara feia ele escreveu com a caneta o novo local de retirada no documento. Pronto, aparentemente estava resolvido.

Fui ao caixa, paguei e a menina disse: - Este o senhor retira no shopping e este outro na loja aqui da praça!

Expliquei que iria retirar os dois no shopping, ela franziu a testa e respondeu: - Eles não vão lhe entregar. Não é o que diz aqui!

Chamamos o vendedor, bateram boca e ele voltou com um novo documento. E lá fomos nós, no shopping, procurar na loja o Fernando, que nos foi indicado, para a retirada.

Aguardamos o Fernando atender uma senhora e lhe entregamos os documentos.

O Fernando foi ao computador e logo voltou: - Senhor, este produto nós temos aqui (aquele das trinta e sei peças) este outro não (que tinha quatro)!

Disse: - Fernando, fiz questão de acompanhar a reserva, um tinha trinta e seis e o outro quatro.

Fernando: - Quem disse isso? – Pensei comigo: O Papa Bento XVI...

Se vai fazer essa pergunta, pra que diabos serve o nome do vendedor no documento de retirada?

O Fernando volta ao computador e me diz: - Só temos duas peças. Uma com defeito e uma reservada para a loja. Essa não posso lhe entregar!

Pensei comigo: - Que droga, o cliente aqui compra, paga e não tem valor nenhum! Acho que me lembrei porque não costumava comprar ali.
 
Hora dos pingos nos “i”. - Fernando, fiz tudo o que podia para que essa negociação não gerasse qualquer desconforto, e gerou. Comprei e paguei. Vire-se, entregue meu produto, aqui e agora. Vou tomar um suco para que você tenha tempo de falar com seus colegas, na volta quero o assunto resolvido.

Assim que voltamos lá estava o Fernando tentando nos explicar o “mal entendido” (nome interessante para a falta de organização) e dizia: - O rapaz só anotou no produto “reservado para a loja”, por isso eu não sabia que era seu!

 Você, então, pensa: porque não usam o número do pedido, da nota fiscal, uma sequência alfanumérica, a porcaria do meu nome para controle da reserva?

E assim fomos embora e acabou a compra e a história, ponto. E frio!

Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Articulista, Escritor, Palestrante
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
Fones (11) 4526 1197 / (11) 9645 4652
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Twitter: @ivanpostigo
Skype: ivan.postigo


Publicado em 27-Jan-2012, no site: www.gestopole.com.br

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