No mundo globalizado e
extremamente competitivo em que vivemos a análise periódica e o controle
adequado dos custos pode representar o sucesso ou o fracasso das
organizações.
Para tanto, da mesma forma que o médico
mede a pulsação do paciente, de modo a descobrir se existe algum tipo
de irregularidade na pressão arterial, o que poderia denunciar outros
problemas de maior gravidade, o empreendedor deve estar atento a sua
estrutura de custos a fim de que esta não traga problemas de ordem
financeira para a empresa.
O problema é que muitas vezes esta
análise acaba ficando em segundo plano, pois o empreendedor,
principalmente o pequeno e médio empresário, acaba deixando esta questão
de lado por não ter afinidade com o assunto ou por ter seu tempo
ocupado com uma série de outras atividades que ele julga ser mais
importantes, tais como a área comercial, o desenvolvimento de novos
clientes e o aprimoramento do seu produto.
Isso é um grande engano, pois todas as áreas da empresa se inter-relacionam, sendo, desta forma, igualmente importantes.
Embora a gestão de custos tenha seu
grau de importância no dia-a-dia das empresas, o que se observa é que
está muito longe dela ganhar a atenção que realmente merece.
Muitas empresas ainda formam o preço de
venda de seus produtos de maneira bastante empírica, desconsiderando
por completo o estudo aprofundado da sua estrutura de custos como
parâmetro neste processo.
Felizmente o mercado não mais comporta
este tipo de atitude. É necessário que as organizações adotem uma nova
postura em relação a custos de modo que possam se manter vivas (para não
falirem ou serem compradas pelo concorrente).
O fato é que não existe a menor possibilidade de se conhecer bem os custos de uma empresa atrás de um computador.
Sempre digo aos meus alunos que para se
conhecer bem quais são os custos de uma empresa é necessário fazer
visitas frequentes ao chão da fábrica. Somente conhecendo bem e em
detalhes o processo produtivo da empresa é que teremos êxito na tarefa
de apropriação correta dos custos e despesas aos produtos e,
posteriormente, no processo de formação do preço de venda destes
produtos.
A tarefa de revisão e análise da
estrutura de custos é algo que deve ser feito rigorosamente todo o mês.
Isso serve para poder avaliar o comportamento dos custos e o seu reflexo
no preço de venda.
Isso pode até parecer um luxo, mas é
uma atividade absolutamente necessária, principalmente porque os preços
dos insumos podem sofrer variações de uma compra para outra, podendo
afetar a geração de caixa da empresa e sua lucratividade.
Algumas dicas para manter a estrutura de custos sob controle
Evite trabalhar com estoques elevados:
Estoques elevados custam caro para a empresa, quer em recursos
financeiros, quer em termos de estrutura de armazenamento e de segurança
patrimonial, seguros etc. Estoques elevados consomem os recursos
financeiros que poderiam ser utilizados em outras áreas da empresa.
Combata o desperdício:
Desperdício é como dinheiro jogado pela janela. Procure identificar
onde os desperdícios ocorrem no processo produtivo de sua empresa e
procure descobrir as causas para então atacar o problema. Invista também
em programas de qualidade e melhoria contínua, que costumam trazer
excelentes resultados para as empresas.
Conheça o seu produto e pense como ele poderá ser aprimorado:
a inovação e o aprimoramento contínuo levam ao aperfeiçoamento do
produto. Muitas ações podem reduzir o custo do produto ao mesmo tempo em
que o torna mais interessante para o mercado consumidor. Sim, é
possível ter um produto melhor e mais barato! Para isso é necessário
conhecer muito bem o produto.
Cuidado com as compras de matéria prima por impulso:
o desafio do planejamento e controle de produção e materiais é
disponibilizar a matéria prima certa, na quantidade certa e na hora
certa. Compras de matéria prima por impulso podem até num primeiro
momento compensar para a empresa, mas também podem trazer uma série de
outros problemas.
Desenvolva novos fornecedores:
o desenvolvimento de novos fornecedores pode baratear o custo da
matéria prima. Não se prenda somente aos fornecedores nacionais.
Desenvolva fornecedores também no exterior.
Conheça a legislação e fique atento às mudanças da lei:
vários tributos que são pagos pelo setor produtivo são não cumulativos,
ou seja, o valor pago na compra de insumos pode ser compensado na venda
do produto acabado. Várias empresas deixam de tomar os créditos
relativos a estes tributos ou o fazem de maneira parcial. Conhecer a
legislação vigente garante que a empresa faça a correta apropriação e
compensação destes créditos, a fim de que não seja onerada pelo Fisco.
Faça anualmente o planejamento tributário da sua empresa:
analisar, antes do início do ano fiscal, o regime tributário mais
adequado para sua empresa. Atitudes como esta podem resultar em economia
tributária para sua empresa.
Tão importante quanto tudo o que foi
acima mencionado é analisar a estrutura de custos da sua empresa. A
Contabilidade pode e deve colaborar muito com a gestão empresarial,
munindo o empreendedor com os relatórios e análises apropriadas, a fim
de que os custos possam ficar dentro daquilo que a empresa planejou.
E você? Quando foi a última vez que você analisou a estrutura de custos da sua empresa?
Por: Prof. Carlos Afonso
Fonte: Boletim SAESP n° 15
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