quarta-feira, 26 de maio de 2010

Gestão enxuta




Lean Management, ou a gestão enxuta


Existem três peças fundamentais na implantação da chamada gestão
enxuta, ou lean management, nos processos de gerenciamento de
materiais: métodos (processos e controles), ferramentas (hardware e
software) e cultura organizacional.

Das três, a cultura é a grande questão a ser desenvolvida. Ela exige uma forte mudança de paradigma em detalhes que não são considerados importantes, principalmente na gestão
dos processos logísticos como, por exemplo, excesso de movimentações, baixo nível de utilização de espaços e recursos, equipamentos inadequados, com forte reflexo nos custos, muitas vezes não percebidos.


Veja algumas dicas sobre como buscar a lógica de gestão:

• Clareza e visibilidade: estabeleça e divulgue os objetivos de longo prazo lastreados em metas de curto prazo. O lean é uma jornada que exige a participação de todos como solucionadores de problemas e desenvolvedores de melhores técnicas de operação e gestão. Deixe claro os
objetivos e metas globais e permita e/ou incentive o surgimento de pequenas metas operacionais a serem acompanhadas -e atingidas- em todos os níveis da organização.

• Desenvolva a lógica de treinadores internos: treine os funcionários para que apliquem e multipliquem as pequenas mudanças que geraram progresso. Incentive os líderes a atuarem
como professores, de modo que assumam um papel proativo em termos de aprendizado e polivalência do pessoal, mostrando ainda o compromisso da empresa com o processo.

• Procure desenvolver a liberdade do medo de errar: se os colaboradores sentirem que não têm liberdade para atuar e que serão punidos por eventuais erros, a jornada acaba. A “logística enxuta” implica em questionar constantemente os processos internos na busca pela redução de
custos e refugos. O objetivo não deve ser o de reduzir empregos, mas sim valorizar o esforço e a capacitaçào multifuncional do pessoal.


• Comunicação e calma: a alta direção deve comunicar o porquê da lógica da gestão enxuta, incentivando o pessoal a buscar maneiras diferentes de fazer as coisas.
Muitas vezes, a jornada chega ao fim porque o sucesso não é imediato. Quebrar paradigmas é
um processo lento e que tende a tornar visíveis os problemas da estrutura organizacional.

• Atenção aos detalhes: dê importância às pequenas vitórias sobre redução de tempo, recursos
e trabalho em todas etapas dos processos e reconheça o esforço de todos na identificação e
aplicação das melhorias constantes. Uma empresa “classe mundial” deve ser constituída por
um time de igual categoria em todos os níveis departamentais, inclusive terceiros.

• Meça o que é importante: existem indicadores-chaves que permitem acompanhar a evolução
da empresa em vários níveis e sob vários pontos de vista. Porém, é muito difícil mensurar o nível de compromisso do pessoal no processo e saber se realmente estão engajados em melhorar os processos e eliminar refugos e perdas. Daí vem a real importância de adotar uma postura franca e aberta, o que envolve o comprometimento de toda a organização.



João Paulo Lopez
CRA-SP n.º 029152-8
Administrador e
consultor em Logística

Da revista Administrador Profissional n° 287, maio/2010

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