quarta-feira, 6 de junho de 2012

Confiança: fator decisivo para profissionais e organizações



Quando comecei a tratar de forma mais específica o tema confiança, muita gente ficou surpresa acreditando que esse era um tema sério, complexo e polêmico demais para ser discutido por uma profissional reconhecida como irreverente e expert em automotivação, felicidade e sucesso. A grande dificuldade para algumas pessoas é entender que o alicerce para os temas que eu desenvolvo é justamente a confiança. Afinal, quais são os atributos que nos remete a uma pessoa automotivada, feliz e bem-sucedida? Autoconhecimento, o reconhecimento de seus próprios talentos e a utilização deles para realizar seus sonhos e cumprir o seu propósito de vida, são apenas alguns deles, certo? Isso seria possível se ela não confiasse em si mesma.

Vivemos em um mundo competitivo, repleto de tensões, no qual tudo muda rapidamente e ninguém sabe o que nos reserva o futuro. Nesse contexto, a maioria das pessoas considera impossível confiar uma nas outras, no amanhã, no mercado, nos projetos ou no governo. Tudo isso nos faz viver em permanente estado de alerta e adotar atitudes defensivas para não ser prejudicado nem passado para trás pela concorrência. A falta de confiança se estende a colega de trabalho, governos, instituições, projetos, empresas e mudanças. Enfim, qualquer coisa que possa representar algum tipo de ameaça à nossa estabilidade ou segurança. Assim, fazemos da desconfiança a muralha que nos separa dos perigos do mundo exterior.

Surge, então, um panorama contraditório. Enquanto a desconfiança nos aconselha a ficar nos limites do conhecido, a evitar riscos e a nos fechar para os outros, o mundo de hoje – especialmente no que diz respeito à carreira profissional – requer abertura para o desconhecido, coragem para arriscar e integração com as pessoas. O perfil de profissional que as empresas desejam contratar inclui iniciativa, flexibilidade, bom relacionamento e capacidade empreendedora. Essas características são de pessoas confiantes ou desconfiadas? Por outro lado, as empresas em geral também não confiam nem inspiram confiança.

A confiança é fator decisivo no desempenho de profissionais e organizações no mundo globalizado. Falta de confiança compromete o sucesso de qualquer pessoa ou empresa. No âmbito pessoal, retrai e isola as pessoas, impedindo que experimentem e arrisquem, restringe sua expansão. Segundo o pensador de ciências políticas e econômicas, o americano Francis Fukuyama, "confiança é um componente do capital social que chega a ser mais importante que o capital financeiro da empresa".

No mundo corporativo vem se tornando uma necessidade emergente a implantação da Gestão por Confiança (GpC). Criado pelo professor José María Gasalla esse modelo de gestão visa à criação de relações de confiança entre as pessoas nas empresas, com benefícios para a produtividade, a inovação, a competitividade e a sustentabilidade da organização. Ele é sustentado pelas atitudes, competência, transparência, compromisso, cumprimento, consistência, coerência e cumplicidade, que surgem em resposta aos desafios do mundo moderno. Ante esse cenário, confiar é o oposto daquilo que o senso comum nos aconselha a fazer – é nadar contra a corrente. E, por incrível pareça, é justamente nadando contra a corrente que podemos chegar mais rápido e com menos esforço aos nossos objetivos. Em um mundo onde reina a desconfiança, quem confia se diferencia!

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Por Leila Navarro23 de maio de 2012

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