terça-feira, 7 de julho de 2009

Os perigos do exagero...


Os Perigos do Exagero

No meio da uma crise de confiança no sistema financeiro americano, vários economistas e ecologistas, em vez de acharem uma solução para os problemas atuais e procurarem os devidos canais de governo, decidiram sair a público defendendo as suas próprias agendas pedindo soluções para o aquecimento global.
É como numa crise financeira de casal: um dos dois decide discutir o dia que o outro não cumprimentou a sogra ou o sogro, deixando a crise financeira fica sem solução.
Al Gore mostra em filme de vasta repercussão que a Flórida, Nova York e Xangai seriam inundadas, algo que as Nações Unidas já desmentiram.
Mas muitos acham que esse tipo de exagero é necessário para gerar indignação e ação numa população que muitos consideram apática e alienada. "É para o bem de todos", costumam dizer.
Acontece que crianças de 5 a 10 anos não são nada apáticas e alienadas: elas acreditam em tudo que contamos, inclusive em Papai Noel.
Num excelente
artigo, Bjorn Lomborg mostra como crianças estão entrando em pânico, achando que elas não têm mais futuro, devido às previsões catastrofistas em que a premissa, novamente, é que "nada será feito para corrigir o problema".
Aliás, existem filmes sobre aquecimento global feitos especialmente para crianças, justamente aqueles que "nada poderão fazer" até se tornarem adultos, daqui 20 anos. Isso, obviamente, os deixa ansiosos.
Qualquer psicólogo irá lhe provar que ansiedade é gerada por problemas que você acha que não conseguirá resolver, ou que não tenha capacidade para evitar. É o caso típico de uma criança.
Há livros infantis que estão martelando sobre os riscos à biodiversidade, ecologia etc., como se as crianças pudessem reduzir os hábitos de consumo de seus pais.
Temos Universidades e Centros de Pesquisa e Estudo para que estes temas sejam discutidos, os piores medos aventados e as soluções encontradas. São aqueles que fracassam na academia que saem assustando a galera.
Voltamos ao mesmo problema do pânico gerado em depositantes de bancos americanos, quando economistas americanos, ao invés de procurarem o FED para alertarem-no da suposta iminente quebra de 200 bancos, foram direto para a imprensa.
Exageros têm conseqüências. Segundo Lomborg, 54% dos americanos agora acreditam que a imprensa está retratando o aquecimento global de forma mais sensacionalista do que realmente é.
Na Inglaterra, 40% já acham que o aquecimento é um exagero. E aí o efeito será justamente o contrário: menos pessoas irão trabalhar para evitar emissões de carbono.
Márcio Pochmann, do IPEA, mostrou pesquisa semelhante na área da Economia. Muitos desempregados, com as notícias de queda de 4% no PIB e de que o "o ano já está perdido", deixaram simplesmente de procurar emprego, num fenômeno do desalento.
Desiludidos, saem das estatísticas de desempregados, já que, tecnicamente, o desempregado é aquele que responde afirmativamente à seguinte pergunta: "Você está há 30 dias procurando emprego?"
Quem responde "não mais" é considerado aposentado, e não desempregado.
Intelectuais precisam ser socialmente responsáveis, como o resto da população. Assustar crianças e velhinhas titulares de depósitos bancários simplesmente para chamar atenção à sua agenda pessoal, fora dos mecanismos de debate, fóruns, universidades e simpósios que existem aos montes, é fugir ao debate e aos procedimentos científicos de validação de evidências e verificação da falseabilidade das conclusões.

This item is from "Stephen Kanitz"

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