quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O diálogo como condição para o intra-empreendedorismo





O desafio do empreendedorismo corporativo é sempre premente. Atualmente, com as modernas tecnologias gerenciais que permitem fazer mais por menos, a concentração em diversos setores produtivos e a competição em nível internacional, a competitividade empresarial e profissional passou a depender cada vez mais da inovação e do intra-empreendedorismo.

Esta relação, infelizmente, nem sempre é evidente para profissionais e gerentes. Muitas vezes acredita-se que a competência executiva é suficiente para o sucesso profissional e a eficácia empresarial, ignorando os velhos ensinamentos que Peter Drucker nos trouxe desde a década de 60 do século passado.

Empresas hoje sobrecarregam seus profissionais com demandas crescentes e prazos de execução decrescentes, de modo que as competências ligadas ao fazer, dominadas pela racionalidade instrumental, típica da inteligência executiva se sobrepõe às competências ligadas à decisão, domimadas pela racionalidade substantiva, típica do que poderíamos chamar de inteligência estratégica ou multifocal, aquela mesma do Augusto Cury!

O que esta disfunção organizacional acarreta é que os profissionais se concentram na eficiência e ignoram a eficácia, na maior parte das vezes discutindo acerca da forma como os pedidos estão sendo entregues, enquanto o conteúdo se torna cada vez menos relevante. Esquece-se das lições de Drucker, que apontava a necessidade de priorizar a eficácia, comunicando que a eficiência só tem sentido depois que o que deve ser feito foi decidido.

Drucker era um adepto da metodologia oriental de gestão. Notava que os orientais demoravam mais para decidir o que fazer, mas eram muito eficientes na execução. Nos EUA, e também no Brasil, cuja cultura corporativa é muito influênciada pelos costumes estadunidenses, ocorre o contrário, a deliberação é rápida e a execução, lenta. Os problemas encontrados na gestão de projetos, desafios percebidos em grandes organizações públicas e privadas, devem-se a esta inversão e às suas implicações para a criatividade e a inovação empresarial.

Num ambiente cada vez mais competitivo, a capacidade de encontrar caminhos novos para responder os desafios presentes é decisivo para a competitividade empresarial e o crescimento profissional sustentável. O empreendedorismo corporativo é a sua expressão mais evidente. O profissional que empreende dentro da organização que trabalha é mais produtivo, encontra soluções que permite que sua empresa alavanque seus resultados e se torna mais realizado profissionalmente.

Ou seja, o intra-empreendedorismo é o caminho para a consecução do objetivo da administração de tornar o trabalho produtivo e o trabalhador realizado, objetivo este destacado por Peter Drucker nos seus livros: Innovation and Entrepreneurship: Practice and Principles (1985), Management: Tasks, Responsibilities and Practices (1973)e The Effective Executive (1966).

A dificuldade para viabilizar o empreendedorismo corporativo passa pelo apoio de seus gerentes e diretores, mas também pelo próprio autoconhecimento do profissional, acerca das suas competências, potenciais e do ambinete de negócios da sua empresa. Muitas vezes soluções óbvias surgem deste diálogo, no qual gerentes, profissionais e os stakeholders organizacionais só podem se beneficiar quando efetivado corretamente.


Publicado em 25-Aug-2010, por Felipe Ribeiro Pinto


Fonte: www.gestopole.com.br


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