segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Monitoramento da internet no ambiente de trabalho



Publicado em 9-Nov-2010, por Bernadete Pupo


Por menor que seja a empresa, sempre haverá um ou mais funcionários exercendo sua atividade com o auxílio de um computador conectado à internet. O problema é que a “E-volução” tecnológica, especialmente no ambiente de trabalho está tão presente na vida das pessoas que se não for bem utilizada pode se tornar uma arma tanto para as organizações como para os empregados.
Muitos empregadores estão utilizando programas que permitem monitorar o uso de todas as mensagens trocadas pelo empregado, rastreando todos os sites e tudo o que este faz durante sua jornada de trabalho. Tudo isso porque num mercado cada vez mais competitivo, o vazamento de informações confidenciais também se tornou grave problema para os empregadores. Além disso, a competitividade exige que os profissionais estejam focados em suas tarefas, mas infelizmente eles acabam se perdendo em seus afazeres diários, não sabendo separar o lado profissional do pessoal; fazem mau uso das ferramentas que a empresa coloca a disposição para seu trabalho. Com isso fazem uso indevido das conexões atrevidas na internet e até de informações obtidas. Isso está acontecendo porque as organizações, de modo geral, preocupam-se muito com a tecnologia e pouco com as pessoas, e, claro, não adianta ocupar-se somente com as máquinas e não orientar os funcionários.
Os gestores, ao invés de monitorar as máquinas para posteriormente punir os empregados, deveriam, por exemplo, refletir em como tirar proveito das redes sociais e ensinar os colaboradores a se comportar nelas, e não simplesmente bloquear seu acesso. A empresa acaba adquirindo imagem antipática e centralizadora para os colaboradores.
O monitoramento é necessário, pois garante a segurança de uma série de informações, porém, as pessoas precisam ser orientadas de como devem agir no ambiente virtual novo, que exige extrema profissionalização. O empregado deve dedicar-se, durante sua jornada, exclusivamente a seu trabalho e entender que o e-mail corporativo é para ser utilizado com fins profissionais; que as planilhas que ele desenvolve na empresa não são deles; que a comunicação e o acesso às redes sociais, não devem ocorrer durante o trabalho, pois tais interrupções podem causar prejuízos a ele, e como consequência, ao empregador.
Que o telefone, a máquina de xerox devem ser utilizadas única e exclusivamente para o trabalho. Como isso, geralmente não acontece, os empregadores estão investindo pesadamente em programas “dedo-duro”, os quais monitoram todos os passos do empregado durante o expediente de trabalho, preferindo então agir pela punição e não pela orientação.
Não obstante, os empregados, talvez por desconhecimento, usam e abusam das ferramentas de trabalho, e esse abuso tem causado um número cada vez maior de demissão por justa causa, ora porque violam as regras da empresa, acessando sites impróprios, ora porque utilizam o e-mail corporativo para assuntos particulares, ora porque o tráfego indevido de informações, assim como a quebra de sigilo trazem prejuízos à organização.
A verdade é que estamos vivendo um novo modelo nas relações de trabalho cuja competitividade exige a prática da profissionalização, tanto dos empregadores como dos empregados e aí cada um tem que cumprir seu papel da melhor da maneira possível. As grandes e médias empresas utilizam prática da governança corporativa, profissionalizando processos, normas, regras e políticas, por isso os profissionais devem prezar pela prática da gestão de si próprio, preocupando-se com o desenvolvimento de suas competências técnicas e comportamentais.
Quando tudo isso não acontece, o profissional invariavelmente tem vida curta nas organizações.
Para que as organizações tornem as relações de trabalho profissionalizadas e mais amenas, o meio termo ainda é a solução mais adequada. Isso pode acontecer através da definição de regras que permitem ao colaborador acessar em horários pré-determinados, portais de notícias para manterem-se atualizados além da liberação nesse mesmo espaço de tempo do uso consciente do webmail.
Para os colaboradores, a sugestão é de que cuidem de sua imagem, pois a tecnologia permite descobrir quem fez, o que fez e quando fez. Devem também de imediato conhecer as práticas de monitoramento da empresa onde atua, para não perder seu espaço, nem ser punido por mau comportamento.

**Maria Bernadete Pupo é consultora de RH e docente universitária do Centro Universitário FIEO. É autora do livro “Empregabilidade acima dos 40 anos” (ed. Expressão & Arte). www.gestaoderh.com


Fonte: www.gestopole.com.br

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