quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Liderar sem cargo é possível?



Publicado em 1-Nov-2010, por Ivan Postigo



Abra uma revista, um jornal, assista uma entrevista e verá que sempre estará esbarrando no tema liderança.

Liderança muitas vezes é confundida com comando. Comando, não no sentido espontâneo, mas delegado.

Liderança, como dom, sempre é apresentada e pintada com belas cores, encontra muitos defensores, soa bem em cursos, palestras, workshops, debates, resta saber se é aceita e desejada.

Reflitamos: você não precisa contar para ninguém o resultado, então porque não ir em busca da verdade?

Você trabalhou duro durante anos, estudou , ficou até tarde na escola e na empresa, um belo dia recebe a tão esperada promoção. Virou gerente.

Algumas pessoas aplaudiram, outras torceram o nariz, você acabou reformulando a equipe, contratou uns, dispensou outros, enfim ajustou seu time.

Hoje dita o ritmo, bate o tambor e todos respondem no mesmo passo. Ótimo, tudo está uma maravilha, como você tanto desejou.

Na verdade, talvez, não!

Um de seus contratados tem boa experiência, facilidade enorme para fazer o trabalho, é comunicativo, ajuda todo mundo, costuma ter idéias incríveis, é persuasivo, tem o dom da liderança e está sempre envolvido em projetos novos.

Os outros gerentes, seus pares, o elogiam sempre e vivem pedindo opiniões a esse talento que desponta.

O trabalho do seu comandado está mais do que em dia e nesse sentido você não tem motivos para aborrecimentos. Acontece que ele passou a ser convidado para ir à reuniões, os diretores sempre o consultam, ele se tornou o centro das atenções.

Algumas das sugestões que você apresentou nessas reuniões foram superadas pelas de seu comandado, com justiça, afinal eram melhores e mais sensatas, e cada dia mais seu networking se fortalece.

Os trabalhos em grupo dificilmente não contam com sua presença ou até mesmo sua coordenação.

Pelos cantos já se ouve o interesse em delegar uma gerencia a esse recém-chegado, objetivo que você atingiu depois de percorrer uma longa estrada.

Nas reuniões com sua equipe, com méritos ele tem se tornado o centro das atenções, ouve, apresenta sugestões, resume bem o assunto, encaminha as soluções, e em alguns momentos ele tem o controle total do grupo.

Não raro você é um coadjuvante no processo.

Você aceitaria essa liderança sem qualquer contestação? Seria capaz de elogiá-la e ajudá-lo a crescer na empresa ou isso o incomodaria e seria motivo para algum rancor?

Segundo alguns amigos talvez até aceitassem, mas certamente o couro do tambor romperia.

Um deles, quando fizemos essa brincadeira, foi taxativo: Nem morto!

Tivemos opiniões do tipo: Isso não existe, ninguém consegue ser “ tão perfeito”.

Outra opinião: Ajudaria sim, assim afastaria o perigo mais rápido. Perder meu cargo, heim?

Tivemos opiniões favoráveis, mas algumas o grupo não achou muito sinceras!

Em uma contagem apertada, acho que teríamos 50% dizendo que aceitaria e a outra metade se sentido extremamente desconfortável.

Para encerrar o assunto e acabar com a barulheira das conversas paralelas algum propôs a seguinte pergunta: - Liderança nas empresas, sem cargo, é possível?

Rapidamente ouvimos alto e em bom som: Depende...

Resumo da ópera ou do grupo: Teoricamente sim, mas na prática depende!

Você o que acha? Desculpe, não precisa responder, esse era nosso trato.


Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Autor do e-book: Prospecção de clientes e oportunidades de negócios
(11) 4526 1197 e celular 11 9645 4652
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www.postigoconsultoria.com.br

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