segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Visão empresarial: Comprometimento ou aceitação



Publicado em 5-Nov-2010, por Ivan Postigo



Uma tarde estávamos em reunião debatendo os planos para o ano que se aproximava, então foi apresentada uma reflexão que o grupo julgava poderia ser caminho a ser seguido e os resultados que seriam gerados.

Todos ouviram com atenção e um dos sócios disse: “Interessante, obtendo sucesso vocês ficarão ricos!”.

Imediatamente seu sócio saltou na cadeira e disse: “Eles não, eu”, como se naquele momento não tivesse participação nos resultados.

Foi difícil trazer o pessoal de volta ao debate, mesmo assim logo encerramos a reunião.

Ficava claro que aquela expressão dizia: minha visão e meus resultados e sua visão, mas meus resultados.

Como gestores, temos que ter em mente que a minha visão não é importante para você, a única visão capaz de motivá-lo é sua visão, como diz Peter Senge.

Visão compartilhada é fundamental para a se obtenha o comprometimento com a criação do futuro, caso contrário haverá apenas a aceitação.

Imagine estas situações no estabelecimento da declaração de visão: Uma ou duas pessoas a redigem ou apesar de ser resultado da reunião de grupo prevalece a posição dessas pessoas.

As pessoas reunidas não terão o menor sentimento de propriedade da visão, considerarão apenas que cumpriram a tarefa.

A declaração redigida pode seguir alguns caminhos: Ser emoldurada num quadro de vidro e afixada nas paredes, poucos saberão dizer exatamente o que está escrito naquele documento. Pode fizer na gaveta da secretária ou em algum lugar de forma que quando solicitada se torna um trabalho arqueológico encontrá-la.

Já me deparei com casos onde a declaração de visão foi revisada e ninguém na empresa era capaz de dizer qual versão estava valendo, “não havia sido datada”. A princípio, a sugestão de colocar uma data resolvia tudo.

Qual a importância que essa declaração tinha para as pessoas que lá trabalhavam?

Com o que deveriam se comprometer?

Isso não demonstra que não estavam comprometidos com a empresa. Não estavam comprometidos com aquela declaração.

Poderia a declaração estar em consonância as suas atitudes na construção do futuro da organização? Dificilmente, estava claro que as palavras ali colocadas, à eles não faziam sentido.

Não tinham se importado de fato no momento da preparação, foi guardada de forma displicente, não estava afixada, não era objeto de constante observação e reflexão, não se sentiam proprietários daquela declaração.

Visão compartilhada leva ao comprometimento, ao compartilhamento de futuros alternativos e a identificação de modelos mentais, o que facilita significativamente a observação de mudanças no mundo empresarial e a geração de respostas mais rápidas, eficazes e eficientes.

A falta de comprometimento, liberdade para argumentação e indagação, impede que em reuniões os problemas sejam levantados e expostos como são feitos fora destas.

Quando a meta é vencer um debate prevalece a argumentação, a indagação deixa ser um recurso válido, cada componente não se importa em saber o que o outro pensa, uma vez que isto pode levá-lo a exposição de seus pontos fracos. Ambientes altamente políticos não são abertos a indagações.

Comportamentos defensivos levam as pessoas a se fecharem e à menor motivação e criatividade.

Grupos buscam uma visão compartilhada com um só desejo: Participar de algo grande e importante.

A visão para a empresa não é importante pelo que declara, mas pelo que realiza e pode fazer pelo futuro desta.



Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Autor do e-book: Prospecção de clientes e oportunidades de negócios
(11) 4526 1197 e celular 11 9645 4652
ivan@postigoconsultoria.com.br
www.postigoconsultoria.com.br


Fonte: www.gestopole.com.br


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