sábado, 28 de agosto de 2010

Gestão contemporânea


Colaboração: meio ou fim?


Cada vez menos precisamos compartilhar o mesmo espaço físico com nossos colegas. A infraestrutura para um home office custa hoje menos para a empresa do que um espaço comum. Por que então não vemos um movimento mais agressivo nesse sentido?


Algum tempo atrás escrevi um texto chamado 1+1+1=5, que falava do trabalho em equipe nos dias de hoje. Uma das premissas do post era de que a colaboração é uma ferramenta para o atingimento de objetivos impossíveis de serem alcançados sozinho. Ou seja, o principal motivador para que agentes colaborem, é econômico. Mas, como costumo rever minhas idéias com certa freqüência, dia desses comecei a cogitar a seguinte hipótese:


- E se, em empreendimentos de alta performance, a colaboração não for o meio, mas o fim?


Explico. Talvez, as pessoas colaborem não apenas com vistas a um objetivo maior, mas, simplesmente, porque querem colaborar, num cenário onde a recompensa pela colaboração vem da própria interação entre os indivíduos. Devaneio? Utopia? Pense nas peladas de fim de semana, será que você vai lá mais pelo resultado, a vitória no jogo, as calorias perdidas, ou pela companhia, pela parceria. Com certeza é um pouco dos dois. Mas arrisco a dizer que mesmo sem os ganhos de saúde associados você continuaria participando.


Vamos trazer isso para dentro da empresa. Vez por outra nos deparamos com equipes que funcionam tão bem juntas que o próprio trabalho em equipe vale mais do que o resto obtido. Um conceito que está ganhando grande atenção no mundo dos negócios é o de Flow, um estado mental em que a pessoa está 100% imersa em uma atividade, caracterizado por um sentimento de total envolvimento e sucesso no processo. Pois bem, um dos componentes do Flow é justamente a sensação de que a recompensa pela atividade vem da própria execução da mesma, a mesma percebida em equipes de alto desempenho, onde a simples troca entre os participantes é o principal motivador do trabalho.


Um ponto que comprova a minha teoria é que cada vez menos precisamos compartilhar o mesmo espaço físico com nossos colegas. A infraestrutura para um home office custa hoje menos para a empresa do que um espaço comum. Por que então não vemos um movimento mais agressivo nesse sentido, que resultaria em redução de custos e o fim do escritório como conhecemos? A resposta pode ser porque temos necessidade de interagir fisicamente com as pessoas e o trabalho é uma das melhores formas para isso.


Assumindo que eu esteja correto, a fórmula para um empreendimento de sucesso seria recrutar pessoas que compartilhem as mesmas paixões e valores e deixá-las interagir. Lucro e inovação seriam apenas subprodutos da diversão dessa turma. Peraí, será que não é exatamente isso que já acontece dentro das companhias que estão reinventando o nosso mundo?


Jack DelaVega

do site www.gestopole.com.br

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