quarta-feira, 4 de maio de 2011

Gestores e Educadores


Publicado em 11-Apr-2011,  por Jack DelaVega



 Existem inúmeras similaridades entre o trabalho dos professores e dos gerentes e líderes de uma organização. Ambos lidam com grupos heterogêneos e tem o mesmo propósito: desenvolver o melhor das pessoas.

Os Americanos estão preocupados com a educação de suas crianças. É o que conta o documentário Waiting for Superman, ainda sem data de lançamento no Brasil. Nos últimos trinta anos eles mais do que dobraram os gastos anuais com alunos, passando de $4.300 em 1971 para $9.000 em 2010, isso em valores corrigidos com a inflação. Os resultados, porém, não acompanharam o investimento. No mesmo período o desempenho médio dos alunos nas disciplinas de inglês e matemática se manteve praticamente o mesmo.

  Anos de análise mostraram uma conclusão quase óbvia: O principal responsável pelo desempenho dos alunos, o agente que realmente faz a diferença no processo é, pasmem, o professor. O que impressiona é justamente a diferença que um bom professor faz. Professores medíocres cobrem em média 60% do conteúdo, ao passo que os acima da média conseguem cobrir até 150% do planejado.
 
 A solução natural seria fazer uso de diferenciação e meritocracia, práticas amplamente utilizadas na iniciativa privada. Para melhorar a qualidade do ensino seria preciso apenas livrar-se dos educadores medíocres e valorizar mais os que entregam resultados acima da média. Simples não? Nem tanto. Depois de dois anos lecionando no ensino público os professores ganham estabilidade no emprego, o que torna a demissão um processo quase impossível. Para driblar o sistema, os diretores de escola americanos criaram um processo apelidado de “Passar o Limão”. Todo fim de ano eles se reunem para “trocar” os profissionais com desempenho insuficiente, na esperança de que irão receber alguém “menos pior” do que aquele que estão passando adiante. Já imaginou, confiar a educação do seu filho ao menos pior?
 
 Meu objetivo aqui não é fazer uma análise do sistema educacional americano, nem tampouco abordar o brasileiro, que, tenho certeza, está numa situação muito mais crítica. Meu ponto é que existem inúmeras similaridades entre o trabalho dos professores e dos gerentes e líderes de uma organização. Ambos lidam com grupos heterogêneos e tem o mesmo propósito: desenvolver o melhor das pessoas. Tenho certeza de que a diferença que um bom gestor faz na sua equipe é mesma que um grande educador tem sobre sua turma.
 
 Fique atento, portanto, se sua empresa não faz diferenciação ou não utiliza a meritocracia de forma efetiva. Você pode acabar tendo que trabalhar para o “menos pior”.

 
do site: www.gestopole.com.br

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