Como evitar isso e voltar a sonhar?
Quando começamos a atuar como empreendedores, sonhamos em ser empresários bem sucedidos, proprietários de academias que satisfaçam seus clientes e professores. Mas, em muitos casos, a realidade acaba sendo outra: uma academia com dívidas, com um custo que cresce de forma consistente enquanto a receita não, e clientes nem sempre satisfeitos. Deparamo-nos, então, com uma situação recorrente: tínhamos um sonho e acordamos no meio de um pesadelo.
Além da atenção ao cliente e à parte técnica – como equipamentos, estrutura e tipos de aulas -, descobrimos que outros itens relevantes também exigem atenção especial em um negócio. Tais como: o fluxo de caixa, as projeções, orçamentos anuais e legislação trabalhista. Tudo isso virou um pesadelo. Por quê? Porque não houve planejamento.
A informação está disponível, basta buscá-la. No Sebrae, por exemplo, é possível obter em pouquíssimo tempo informações sobre todos os aspectos do negócio. Com as informações em mãos, se acordarmos no meio do pesadelo, primeiramente planejaremos uma noite de sono agradável.
O primeiro passo para voltarmos a sonhar é calcular e planejar aspectos importantes do negócio, bem como medir seus riscos. Não existe risco inerente ao negócio, mas, sim, riscos sobre ações que planejamos bem ou mal. Por outro lado, não existe planejamento que elimine totalmente o risco. Mas conseguimos trabalhar dentro de uma faixa confortável.
Se não passamos por esta etapa e acordamos no mesmo pesadelo, o conselho é praticamente o mesmo: sair da empresa e analisá-la de fora. Então, podemos responder algumas perguntas. A primeira delas: se não tivéssemos colocado dinheiro neste negócio, colocaríamos?
A segunda: conhecemos todos os aspectos relevantes deste negócio, dominamos todas as técnicas? E, se não dominamos todas essas técnicas e aspectos relevantes, quais são fundamentais dominarmos imediatamente?
Além disso, podemos analisar qual é o tempo que deve ser dedicado à administração, ao seu aprendizado e ao produto propriamente dito. Outro questionamento fundamental é: será que não somos professores querendo ser gestores ao invés de nos prepararmos antes para sermos gestores?
Estas são as perguntas que podem ser feitas a alguém que acorda no meio de um pesadelo. Normalmente, quando observamos de fora o negócio academia, verificamos que não há academia que intrinsicamente não possa dar certo. Todas vão dar certo. E não necessariamente precisam de investimento, mas, sim, de estratégia e clareza de objetivos com relação às capacidades do negócio e como devemos tratá-lo.
Podemos estar abordando o cliente errado, com o produto certo; ou termos o produto para um cliente sendo vendido a outro, ou, o produto certo, o cliente certo, no local errado. O que podemos é mudar o produto e o cliente, porque naquele lugar não temos aquele cliente e aquele produto.
Acordar do pesadelo é possível. A ressaca será inevitável, mas conseguiremos voltar a sonhar!
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Autor: Luis Perdomo
Publicado em: 12/05/2011, no site: www.qualidadebrasil.com.br
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