segunda-feira, 27 de junho de 2011

Os cinco degraus da ruína empresarial (2/2)


( continuação )


Primeiro: Orientação

Os gestores deveriam buscar orientação, os erros estão evidentes e algumas ações podem rapidamente recolocar a empresa nos eixos.

Vaidade, política, teimosia, medo das mudanças criam barreiras que impedem a incorporação e ação de “agentes externos”.

Segundo: Correção

Entramos numa fase um pouco mais delicada e a empresa começa a sentir o impacto financeiro dos problemas.

As linhas de crédito se aproximam de limites perigosos e as garantias começam exaurir.

Terceiro: Socorro

Pronto, cheques especiais esgotados. Todas as linhas tomadas.

Os gestores já não administram os negócios, a ordem é arrumar dinheiro.

A folha de pagamento começa a atrasar, os fornecedores se recusam a entregar material sem pagamento de parte dos valores pendentes, pagamentos em cartório viraram uma constante.

Quarto: Salvação

A situação ficou tão complicada que nem vendendo uma parte do patrimônio a situação mostra possibilidade de reversão.

Já especularam uma possível venda da empresa, mas uma pessoa se interessa só pela marca, outras por algumas máquinas e equipamentos, mas ninguém está disposto a comprar o problema.

As propostas são encaradas como ofensas e os atritos estão a “mil”.

A notícia já é de conhecimento geral e o valor da empresa, se é que ainda tinha algum, despencou.

Quinto: Falência

Por que não tratar a situação em uma concordata?

Quer dar uma sobrevida ao negócio? Pode colocar essa medida no estágio de salvação.

Quando o fato que levou a empresa ao processo concordatário é uma questão mercadológica e não problema de gestão costuma ser mais fácil a superação. A empresa precisa de algum tempo para ganhar fôlego, mas quando a questão é dificuldade de gestão é pouco provável que a situação se resolva.

Valores pessoais e convicções se sobrepõem a questões técnicas.

Nesses casos as pessoas decidem mais para ter razão do que para gerar resultados.

São momentos em que a procura por orientação costuma ocorrer: a crise no último degrau.

A esperança de reversão ficou lá entre o terceiro e quarto passos.

É sempre bom ter desafios profissionais, mas cá entre nós, é bem melhor quando são para superar as barreiras de crescimento.

Muitos gestores quando chegam próximos da meta e não a superam, suspiram e dizem desanimados: - O mercado ta complicado!

Complicado?

Complicado é o quinto estágio que acabamos de ver. Isso sim é complicado!



Autor: Ivan Postigo

Publicado em 30/05/2011, em www.qualidadebrasil.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário