sábado, 20 de março de 2010

Pensar, ousar, inovar

O conhecimento como ferramenta competitiva não é privilégio da geração atual. Na chamada Revolução industrial, que ganhou esse nome por substituir a produção doméstica pelo sistema fabril (um notável avanço tecnológico para a época - entre 1750 e 1950), diversos problemas enfrentados pelas organizações foram solucionados pela capacidade criativa e intelectual do homem.

A diferença para os dias de hoje é que o conhecimento era tácito, ficava rstrito ao contexto em que se encontrava inserido. O seu domínio estava ligado ao poder, logo, compartilhá-lo era o mesmo que perder. Esse conceito começou a ruir com a intensificação das transformações econômicas, políticas, sociais e culturais, a partir da década de 90, com a globalização dos mercados. As mudanças nas práticas de gestão tornaram-se frequentes e surgiram novas formas de organização do trabalho. Um sinal de que o conhecimento deveria ser aberto e o acesso às informações amplo. Nesse novo cenário, as empresas descobriram que o que as diferenciariam nos segmentos que atuam seria a forma como aplicariam o que conhecem. Para isso, passaram a depender do capital intelectual, ou, em outras palavras, de ter pessoas em seus quadros que saibam pensar, criar, inovar, ousar, compartilhar.

Esse é o tom da matéria principal desta edição da Revista Administrador Profissional. Além de destacar os atributos que o profissional deve ter para atender as expectativas competitivas das organizações, a idéia é mostrar aos leitores que o desenvolvimento de conhecimentos –não estamos falando de treinamentos nem de cursos de capacitação, mas de conteúdos que ampliam a intelectualidade – não é uma atribuição exclusiva das empresas.

Todavia, não se devem furtar do direito de estimular e proporcionar aos seus colaboradores meios de chegar ao caminho do saber. Esses, por sua vez, precisam ter em mente que a procura do desenvolvimento é uma tarefa que lhes pertence. Afinal, uma coisa é receber informação e ter um diploma na parede, a outra, é saber o que fazer com o conhecimento adquirido.

A transformação do conhecimento em competência é a chave para gerar resultados e, consequentemente, fazer com que a força de trabalho seja reconhecida. Certamente, os que possuem espírito empreendedor estão um passo adiante nesse processo, por incorporarem à capacidade de execução coragem e ousadia para inovar. Mas, não se pode esquecer que ser criativo e inovador são qualidades que qualquer pessoa pode ter. Basta sair do comodismo da rotina para ser diferente.

Responsável pela administração dos valores nas companhias, o atual contexto impõe aos gestores uma série de desafios. O primeiro, e talvez o mais importante, é o de se moldarem às exigências que extrapolam as habilidades do cargo. É isso que fará sensibilizar seus pares para a necessidade de se alinharem aos valores, crenças e missão da empresa e, por conseguinte, formarem uma base de conhecimento.


Ou como diz o título da matéria: “ir além dos muros da organização”.


Revista Administrador Profissional - Fevereiro/2010 Ano 33 - nº 284

Adm. Walter Sigollo
Presidente do Conselho Regional
de Administração de São Paulo -
CRA-SP

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