quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Contabilidade e Plágio



Publicado em 27-Dec-2010, por Carlos Cesar D'Arienzo



Não existe país desenvolvido ou que venha a sê-lo, sem o respeito à propriedade intelectual, incluindo o respeito por patentes devidamente registradas. O que dizer do desrespeito (plágio) à propriedade intelectual ao nível do pensamento expresso na forma de livros, artigos e simples escritos ? Qual autor, dos mais simples aos mais prolixos, não foi vítima de plágio, sobretudo por profissionais que confundem ética com cinismo e preferem apostar na preguiça mental, ao trabalho ?

Os plagiadores impõem suas limitações à sociedade que demanda informações técnicas, com fins de lucro fácil, pela falta de conhecimento do que estão tratando ou vendendo. O resultado só pode ser lesar a sociedade. Não se pode pensar em ter conhecimento total, mas é preciso ter o mínimo de conhecimento para podermos fazer reflexões consequentes. Porque, querer escrever, propor e debater algo sem base científica e intelectual é depender exclusivamente da vontade do plagiador. E, contra essa vontade, nenhum intelecto ou negócio empresarial será capaz de vencer ou estará seguro.

"Há mais ferramentas do que operários, e entre estes, há mais maus que excelentes: que pensar de quem queira serrar com uma plaina e tome o serrote para aplainar? Não há no mundo trabalho mais penoso que o de fazer nome ilustre: a vida acaba quando apenas se esboçou a obra." (La Bruyére)


É compreensível que ao ignorar um determinado assunto a pessoa leiga (o plagiador que pretensamente conhece o material plagiado e seu autor) acredite ser o tema ignorado de fácil entendimento. O desconhecimento tende a transformar o plagiador em mestre do ignorado, mesmo que seja diplomado e registrado no Conselho de sua Classe e, é esse o retrato de parte dos profissionais brasileiros, que aparentemente trocaram as aulas de Ética pela cerveja no boteco.

Nem sempre nos é possível desvendar o que vai nas mentes dos plagiadores pelos quais temos, aliás, desprezo. O plagiador pode tentar fazer uma aproximação com os pensamentos de quem tenta copiar indevidamente, mas esbarrará na conceituação do que está tratando, porque lhe falta cabedal, experiência de vida. Um autor, não raro, prima por conceitos, porque é a partir dos conceitos que se afirma ou nega-se o ente e o não-ente, assim se produz qualquer texto. E, os conceitos só podem ser considerados a posteriori no campo das ideias, porque depende das percepções do leitor àcerca do Mundo. Todavia, os conceitos também estão carregados pela visão do mundo que tem o pensador (ou autor). O plagiador apropria-se disso, contudo, não resiste a cinco minutos de debate sem que sua máscara caia.

Não podemos mudar essa realidade sozinhos, mas devemos reduzir o impacto dos ensinamentos falaciosos na sociedade, contestando tecnicamente as aberrações que surgem da ignorância, da preguiça mental e do crime, plágio ou plagiar, é crime.




fonte: www.gestopole.com.br

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