sábado, 30 de outubro de 2010

A criança e o Empreendedorismo.



Quando criança, eu ouvia muito meus pais dizerem: “Meu filho, estude para que um dia você seja alguém na vida”. Eu achava isso o máximo, me dava mais ânimo ainda para continuar estudando e me preparando para vencer. O tempo foi passando e comecei a perceber que eu queria muito ter uma profissão, mas não sabia qual pois a educação que eu tinha, tanto dentro de casa como na escola, só almejava duas coisas: trabalhar muito e ganhar dinheiro. Ninguém me perguntou o que eu realmente queria fazer para me sentir realizado como pessoa e profissional.

A criança precisa desde cedo ser estimulada a ser empreendedora, a cuidar de seu dinheiro e ter responsabilidade pelo mesmo. Outro dia peguei uma carona com a participante de um treinamento onde eu fazia parte da equipe e ela me dizia que no aniversário das filhas, ainda pequenas, elas organizam suas próprias festas. A participante dá uma quantia em dinheiro para cada uma delas e então as filhas montam um orçamento onde elas escolhem o que vai ter de comida e bebida dentro daquela quantia. Isto é fantástico, pois elas estão aprendendo administração financeira e organizacional da melhor maneira possível, brincando e se divertindo.

O Brasil é um país recheado de talentos e muitas vezes estes talentos são podados desde a infância. Eu vejo pais super protetores que dão tudo na mão de seus filhos achando que estão agregando algo de bom para eles, ledo engano, estão simplesmente entregando o peixe e não os ensinando a pescar. Deste modo, celebrando o mês das crianças, eu os convido, pais e educadores, a repensar a educação de seus filhos e alunos a fim de torná-los pessoas verdadeiramente empreendedoras, deixando algumas dicas:

1. NUNCA dê limites aos sonhos de suas crianças. Se há algo mais aterrorizante que existe na vida é proibir alguém de sonhar, pois este sonho bem trabalhado muito provavelmente se tornará uma realidade;

2. Evite ensinar empreendedorismo baseado em geração de renda, conhecimento e poder. Ao invés disso, oriente para que as crianças possam no futuro melhorar a condição de vida da coletividade;

3. Quebre paradigmas que podem vir fazer parte do universo da criança. O modelo mental é formado até os 7 anos de idade, portanto não é nada agradável crescer ouvindo que dinheiro não trás felicidade ou que ela (a criança) será incapaz de desenvolver algo na vida por algum motivo;

4. Desperte o sentido de iniciativa. Pessoas empreendedoras não esperam que algo aconteça, elas vão lá e fazem acontecer;

5. Deixe-as livres para criar, comecem a pensar em estratégias que possam levá-las à criatividade. No futuro elas enxergarão mais amplamente e farão a diferença no momento que encontrarem algo para colocar em prática;

6. Planejamento. Pessoas empreendedoras sempre agem com inicio, meio e fim através de metas. Quem não sabe aonde quer chegar, qualquer lugar serve;

7. Ensine valores e princípios morais baseados no caráter, integridade, fé e ética. Pessoas que crescem pensando no coletivo, se tornam líderes fantásticos;

8. E por último, pais e educadores, sejam congruentes com seus pensamentos e atitudes. Aquela velha história de que “faça o que eu mando e não o que eu faço” é conversa furada. A criança que olha um adulto fazer algo errado, ilícito vai guardar aquilo pra si e se não tiver parâmetros éticos vai repetir de uma maneira talvez muito pior.

Neste mês que se comemora o dia das crianças, lembremos sempre que elas são nosso futuro e que sozinhas, sem orientação elas terão mais dificuldades de serem empreendedoras, portanto vamos ajudá-las e com certeza teremos adultos brilhantes agregando coisas fantásticas ao nosso país e ao mundo. Sucesso a todos e até a próxima!

Amandio Bastos Junior


Fonte: www.gestopole.com.br

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