domingo, 24 de outubro de 2010

Honestidade – Qualidade ou Obrigação



Publicado em 25-Sep-2010, por Ivan Postigo



Todas as empresas de uma forma ou outra tem critérios formais ou informais para avaliação periódica de seus funcionários. Não é difícil encontrar uma pessoa que não tenha vivenciado a implantação de um programa de avaliação de desempenho.

Um determinado dia, em que debatíamos quais critérios seriam usados no programa periódico de avaliação, alguém sugeriu que colocássemos a honestidade como um dos itens de qualidade pessoal.

Sem aparente razão, fez-se um longo silêncio na sala e nem mesmo o questionamento do facilitador da reunião provocou qualquer reação imediata.

Passado o momento de reflexão, um dos integrantes do grupo de avaliação de critérios fez a seguinte pergunta: - Vocês colocariam suas contas bancárias sob a administração de uma pessoa que fosse 99% honesto? A rejeição foi imediata.

Logo em seguida veio outra pergunta: - Como avaliar a honestidade?

Imediatamente um dos integrantes do debate respondeu: - Honestidade não se mede por graus. Uma pessoa é honesta ou não.

A seguir veio a pergunta fatal: - O que é ser honesto?

Essa pergunta desencadeou um grande debate com todos tentando falar ao mesmo tempo, fazendo perguntas em busca de respostas.

Como se conceitua a honestidade?

Imediatamente surgiu um dicionário e foram lidos os sinônimos de honestidade: integridade, inteireza, justiça, probidade, retidão, honradez, dignidade.

Seriam estes sinônimos suficientes para nos dar uma visão completa e ou conceituar honestidade?

Estaria honestidade ligada a conceitos e valores culturais?

Honestidade está relacionada a valores estabelecidos por comunidades em determinadas épocas e são mutáveis?

Os avanços tecnológicos e dos costumes podem ter efeitos nos conceitos que determinam o que é ser ou não honesto?

Honestidade é algo ligado ao caráter de cada pessoa ou é algo que se aprende?

O que seria necessário para um treinamento de honestidade e quem poderia ministrar as aulas?

Novo silêncio reinou na sala quando um engraçadinho fez a seguinte pergunta: - Quem se candidata a professor de honestidade?

Silêncio por constrangimento? Não, simplesmente porque não parecia possível determinar com exatidão o que é honestidade.

O debate seguiu, abordando-se desde objetos encontrados e perdidos no banco da praça ao estabelecimento de lucros pelas empresas.

Uma caneta encontrada num banco de praça deveria ou poderia ser usada por quem a encontrou ou isso seria desonestidade?

Um empreendimento voltado à assistência à comunidade, com objetivo apenas de ajudar as pessoas, deveria ou poderia ter lucro nas suas operações?

Em um debate como esse não faltam opiniões, exemplos, recomendações, a dificuldade é o consenso, dizia um dos integrantes.

Para piorar a situação veio outra pergunta: - Honestidade é algo que demanda consenso?

Por falta deste alguns queriam debater mais, outros queriam deixar a questão para uma próxima reunião, outros não aceitavam as divergências de opiniões e queriam tirar o quesito da avaliação.

No momento em que o país passa por ondas de denúncias, debater o que é honestidade pode não resolver nossos problemas, mas certamente coloca um pouco de luz nos nossos valores pessoais e estabelece alguns limites para conduta.

Talvez nestas eleições todos nós nos motivemos há refletir um pouco mais sobre as pessoas que colocaremos para cuidar da nossa conta bancária, fruto da arrecadação dos impostos.

Sim, essa conta bancaria é nossa, não duvide nunca disso.

Dinheiro nosso com um único objetivo: Bem estar coletivo, ainda que assim não seja usado.

Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
Fones (11) 4526 1197 / (11) 9645 4652
www.postigoconsultoria.com.br
Twitter: @ivanpostigo
Skype: Ivan.postigo


Fonte: www.gestopole.com.br

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